Produção

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terça-feira, 10 de março de 2009

SEMINÁRIO: USO DE FERTILIZANTES E CORRETIVOS PARA REDUZIR DESMATAMENTOS E QUEIMADAS NA AMAZÔNIA

Seminário “Uso de fertilizantes e corretivos agrícolas para reduzir desmatamento e queimadas na Amazônia”

Local: Auditório do Idesp
Endereço: Rua Municipalidade, 1461, esquina com a travessa D. Pedro I – prédio anexo ao Sebrae

Estudos apontam que a Amazônia detem pelo menos 50 milhões de hectares de solos férteis, nem sempre utilizados de forma adequada, já que boa parte da área foi convertida em pastagens quando poderia ser aproveitada para a produção de alimentos.

Uma alternativa para conter a pressão sobre as florestas e as queimadas seria a reutilização de solos em processo de degradação, a partir do uso racional de tecnologias disponíveis e de insumos agrícolas, tais como corretivos, fertilizantes, sementes e mudas melhoradas e controle fitossanitário, entre outros.


O assunto será tema do seminário “Uso de fertilizantes e corretivos agrícolas para reduzir desmatamento e queimadas na Amazônia”, promovido nos dias 10 e 11 de março pela parceria entre o Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp) e Serviço Geológico do Brasil (CPRM).

Participarão das discussões representantes das instituições: Embrapa Amazônia Oriental, Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (CAMTA), Grupo Cabrera, Vale, Silifértil Ambiental, Associações Nacional para Difusão de Adubos (Anda) e Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola (Abracal), Conservação Internacional, Federação de Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Banco da Amazônia (Basa), Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e das Secretarias de Estado de Governo (Segov), Agricultura (Sagri), Fazenda (Sefa) e Transporte (Setran).

Ascom - Idesp

PLANO AGRÍCOLA E PECUÁRIO 2008/2009

FINANCIAMENTO PARA CALAGEM

Para o ano agrícola 2008/2009, foi criado um novo programa, denominado PRODUSA – Produção Sustentável do Agronegócio, que incorpora integralmente o PROLAPEC (Programa de Integração Lavoura-Pecuária) e a parte do MODERAGRO relacionada à correção e recuperação de solos e de pastagens. Sua Principal característica reside no estímulo à produção agropecuária sustentável, sobretudo em solos degradados.

PRODUSA

O PRODUSA foi criado com o objetivo de estimular a recuperação de áreas degradadas, reinserindo-as no processo produtivo, além de fomentar a adoção de sistemas sustentáveis, em consonância com a legislação ambiental. O Programa, que incorporou o PROLAPEC e os itens do MODERAGRO relacionados à conservação ou recuperação de solos, tem três eixos estruturantes:
• Estímulo à implantação de sistemas produtivos sustentáveis, priorizando a recuperação de áreas e pastagens degradadas;
• Implementação de medidas que visam ao melhor uso do solo, à geração de energia limpa e renovável e ao aproveitamento de resíduos vegetais;
• Incentivo ao produtor rural para ajustar-se à legislação ambiental vigente.
O PRODUSA disporá de R$ 1 bilhão, originário do Sistema BNDES, que será aplicado obedecendo dois limites de financiamento, que são cumulativos desde que o produtor atenda às condições previstas.

Até R$ 300 mil por beneficiário
• Implantação de sistemas orgânicos de produção agropecuária;
• Projetos de implantação e ampliação de sistemas de integração lavoura, pecuária e silvicultura (ILPS); e
• Correção e adubação dos solos, recuperação das pastagens, uso das várzeas já incorporadas ao processo produtivo e projetos de adequação ambiental de propriedades rurais.

Até R$ 400 mil por beneficiário
• Investimento para a recuperação de áreas degradadas (receberão os recursos conforme previsto em projeto técnico).

O PRODUSA terá uma taxa de juros de 5,75% ao ano, para projetos em áreas degradadas; e de 6,75% ao ano para outras situações. O financiamento poderá ser pago em até 5 anos, com até 2 anos de carência, quando se tratar somente de correção de solo, e em até 8 anos, com até 3 anos de carência, para projetos que envolvem investimentos em solos, equipamentos, benfeitorias e etc, e em até 12 anos, com até 3 anos de carência, quando o componente silvicultura estiver integrado ao projeto.

COMPARATIVO
No Plano 2007/2008 o limite de crédito era R$ 200 mil/tomador. O novo plano ampliou este limite para R$ 300.000/tomador.
Os juros continuam em 6,75% ao ano. Nos projetos de recuperação de áreas degradadas o limite sobe para R$ 400.000 e juros de apenas 5,75% ao ano.

A importância da calagem em solos agrícolas

Os solos dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina são predominantemente ácidos, o que limita o rendimento da maioria das plantas cultivadas. Esses solos possuem altos teores de elementos tóxicos às plantas, principalmente alumínio e manganês, e baixos teores de nutrientes, especialmente fósforo, potássio, cálcio e magnésio. Nesta condição, a utilização de calcário para corrigir a acidez do solo é de fundamental importância para a produção agrícola.


Dados de pesquisa EMBRAPA (1980), mostram que, quanto menor for o pH do solo, ou seja, quanto maior a acidez, menor será o aproveitamento dos principais nutrientes das plantas, que são aplicados pelo produtor quando este aduba a sua lavoura. Por exemplo, quando o pH do solo for menor do que 5,5 o aproveitamento do fósforo será da ordem de 32% (Tabela 1). O restante não é aproveitado pelas plantas e este fósforo fica "preso" no solo ou indisponibilizado para as plantas, o que significa que o produtor está "pondo dinheiro fora", pois este investimento não terá todo o retorno possível. No entanto, quando o pH do solo for maior do que 6,0, o aproveitamento do fósforo aplicado, segundo a pesquisa, sobe, alcançando 100% com pH 6,5.
O pH do solo ideal para a maior parte das culturas situa-se na faixa de 5,5 a 6,0, dependendo do tipo de solo, disponibilidade de nutrientes variedades etc. nesta faixa de pH, ocorrem: a) a neutralização do alumínio tóxico; b) a eliminação da toxidez de manganês; c) o melhor aproveitamento dos nutrientes do solo; d) condições adequadas para os processos naturais que ocorrem no solo, como a liberação de nutrientes contidos na matéria orgânica e a fixação de N atmosférico, quando espécies leguminosas são cultivadas em sistema de rotação.
Como medida isolada, a calagem é uma das praticas que proporciona maiores incrementos no rendimento, não dispensando, entretanto, o uso de adubos. Os maiores rendimentos são alcançados quando a calagem e a adubação são utilizados em conjunto.
A quantidade de calcário a aplicar deve ser baseada na analise do solo e depende do pH em água a atingir. Devido às diferentes formas de uso racional do solo é necessário considerar o sistema de manejo do solo para definir a dose e o método de aplicação.
Na escolha do corretivo da acidez, considera-se o custo efetivo do produto com base no PRNT (poder relativo de neutralização total). Recomenda-se preferencialmente o uso de calcários que contenham magnésio (calcários dolomíticos), pois este nutriente geralmente encontra-se em níveis baixos nos solos ácidos do RS. O calcário deve ser aplicado, preferencialmente, até seis meses antes da semeadura ou plantio da cultura mais exigente, como as leguminosas, que são menos tolerantes à acidez, ou até três meses antes do plantio das demais culturas, para obter os efeitos benéficos da calagem no 1º cultivo. A calagem apresenta efeito residual prolongado, sendo efetiva por um período de 4-6 anos. A duração desse efeito depende principalmente da dose, tipo e manejo do solo, sistema de cultivo, culturas e condições climáticas.


Referencia bibliográfica

EMBRAPA - Projeto "Racionalização de uso de insumos. Brasília, DF. 1980. 78p.